quarta-feira, junho 20, 2007

Pronto,
Leitura Pura e Dura


www.pelaleitura.blogspot.com

segunda-feira, junho 18, 2007


Post 500
E chega ao fim este blogue.
Bem, foi com prazer que ecrevi os 500 posts.
Total dedicação a este espaço, com ou sem pontualidade, mas foram 500 posts que cá vieram.
Agora virá outro espaço com ou sem diários, com ou sem poemas.
Este Nostalgices acaba aqui.
Do que guardo, os poemas de Cesariny e Camilo Pessanha.
O que deixo, algum pingo de cultura para os mais incautos, mas hoje termino este espaço com um género de amargo de boca e vazio no que sinto.
Aos que leram, obrigado por terem cá vindo.
Os que comentaram, obrigado por terem perdido tempo a comentar neste espaço.
Aos que não vieram cá...ainda bem!


Como não gosto de despedidas também não me despeço, senão com um até breve.
Cântico Negro
"Vem por aqui"
— dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem:
"Vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis:
"Vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga:
"Vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

José Régio
Estou assim:


















































































































































Vazio
Havemos de Ir a Viana
"Entre sombras misteriosas
Em rompendo ao longe as estrelas
Trocaremos nossas rosas
Para depois esquecê-las."
"...Se o meu sangue não me engana,
Como engana a fantasia,
Havemos de ir a Viana,
Oh meu amor de algum dia...
Partamos de flor ao peito,
Que o Amor é como o vento
Quem pára, perde-lhe o jeito,
E morre a todo o momento...
Ciganos verdes ciganos,
Deixai-me com esta crença:
Os pecados têm vinte anos,
E o remorso tem oitenta..."

Pedro Homem de Mello
Vida e poesia

A lua projetava o seu perfil azul
Sobre os velhos arabescos das flores calmas
A pequena varanda era como o ninho futuro
E as ramadas escorriam gotas que não havia.
Na rua ignorada anjos brincavam de roda...
– Ninguém sabia, mas nós estávamos ali.
Só os perfumes teciam a renda da tristeza
Porque as corolas eram alegres como frutos
E uma inocente pintura brotava do desenho das cores
Eu me pus a sonhar o poema da hora.
E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
Talvez ao pressentir na carne misteriosa
A germinação estranha do meu indizível apelo
Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
Tão mais doce que o mel dourado dos teus olhos
Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
E marulhar entre os teus seios como uma onda
Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
De que me tivesses possuído antes do amor.

Vinicius de Moraes






eis algumas fotos que tirei Domingo de manhã a vir para casa.

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