sexta-feira, junho 08, 2007



Saudades
Estava a vir para casa de autocarro esta manhã.
Meia dúzia de pessoas no interior...Madrugada de sol.
Cansaço no corpo de mais uma noite de boémia num daqueles bares de Braga.
Na dúvida depois de uma declaração. Mergulhado apenas em sentir a cidade e pensando naquilo que acontecera nessa noite.
Sai na Cordoaria e vim a pé para casa.
Leões, Julio Dinis, Rotunda da Boavista, Avenida da Boavista. Entro no Bessa.Quero fazer o resto do caminho a pé para casa.
Sentir o frio a entrar pelos recantos mal agasalhados de um polar e de um cachecol, directamente para o meu corpo.
Para congelar por instantes a inépcia que me vai passando pela cabeça.
O Porto tem a particularidade de apelar á depressão e nostálgia.
È um facto.Ninguém o pode negar, mas quando se está em baixo de forma, andar pela baixa, é pouco recomendável.
Algumas saudades invadem o corpo, de alguém que está prestes a fazer uma viagem e que entrou na minha vida como poucas pessoas o conseguiram fazer até agora.
Incertezas, de um futuro, também ele incerto, espreitam, por todas as frinchas abertas.
O autocarro em que vim de Braga vai para Lagos no Algarve e de súbito a minha vontade de ir para lá refazer a minha vida, não atribulada, porque o pensamento que ocorre é de alguém que esteja bem pior que eu.Mas confusa, algo conturbada talvez.
A vontade de "sumir", desta cidade, que tantos gostos me trouxe e tantos desgostos me provocou.
Encontros que foram feitos em noites, manhãs, dias de pura e surreal paixão, de companheirismo e amizade, de tertúlia e de prazer, de boémia de calma, desencontros que apareceram e desapareceram, por culpa de algo, senão mais que a minha pessoa.Tudo feito e passado com a mesma intensidade, sem meios termos, sem nunca usar a palavra "nunca", a frase "para sempre".
Tudo acontecido aqui nesta cidade, deprimente, viciada num senão mais que romantismo que cada dia que passa assola.Locais que existem nesta Mui Nobre e Sempre Leal, que passaram pelo imaginário de poetas e escritores, de arquitectos e plásticos, pela minha cabeça, pela minha mente.
Uma cidade sombria, escura, romântica, ténue em palavras, boémia, pela percaridade dos cafés, uns mais do que outros. Mas lúcida na intensidade dos momentos que se vão vivendo à medida que o tempo passa.
Saudades, nostálgia, luta constante, no meu interior.
Neste momento é o que estou a sentir.

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