Quarto
Esta noite todos os quartos estão frios.
Entra pelas janelas a verdadeira imobilidade das árvores.
Em volta, nas paredes escurecidas, a infância mais antiga.
Um homem disspia-se subitamente contra o luar.
Esse é o gesto que faz morrer os campos.
É o mesmo gesto que levanta um amor mútuo,uma tontura de corpos atirados para uma morada extrema.
Aqui se conhece o elo que une a terra e as mãos e o sonho animal.
Porque o círculo das vozes é uma gravidez poderosa.
E há sempre vozes no interior das paredes,subindo das fundações, inchando toda a casa.
Em cada quarto um ser procura a presença do seu próprio rosto.
Vasco Gato
in "Imo", Quasi Edições
domingo, junho 17, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
... sem palavras ...
Enviar um comentário